Sobre nós

LEIRIA PRIMÓRDIOS

O fenómeno das mesas girantes, espalhara-se por todo o país e Leiria não deixou de adoptar as mesmas modas, assim os pequenos grupos que faziam experiências espalhavam-se pela cidade, pessoas existiam que faziam estudos sérios mas só um acontecimento inesperado viria a motivar a constituição do primeiro grupo espírita devidamente organizado de Leiria. Dª. Adolfina Carriço Portugal, uma senhora muito benquista na cidade, um dia ao passar na praça Rodrigues Lobo, em frente à loja Carriço caiu e por mais esforços que fizessem ninguém conseguia levantá-la, até que o Sr. Avelino Fernandes, pessoa já com alguns conhecimentos sobre a problemática da mediunidade, se abeirou e auxiliou a respeitável senhora que ficou perplexa com o acontecido. Foi este facto que deu origem às reuniões íntimas em casa da protagonista, que funcionaram durante vários anos até que, por conselho de um guia espiritual que habitualmente se comunicava foram aconselhados a abrir um centro, dando assim origem à constituição jurídica do CENTRO ESPÍRITA DE LEIRIA, cuja escritura data de 2 de Maio de 1917.

Este grupo alicerçado no estudo, na prática mediúnica e na ajuda fraterna, contava ainda com dias definidos para auxilio a doentes, alcançou um elevado respeito na cidade e a ele se associaram as mais gratas figuras da vida Leiriense, entre os quais destacamos:

Sr. Avelino Fernandes Capitão Ribeiro e esposa D. Joaninha Prof. Nicolau Ferreira D. Adolfina Carriço Portugal Sr. Baptista D. Beatriz Boavida Sr. José Elias D. Dores Torres Sr. Ramos Pinto e esposa D. Elvira Patrício Sr. Carriço D. Maria José D. Fernanda Vieira de Oliveira Santos Delfim Luís Pires

Neste grupo existiam médiuns portadores de várias faculdades, como era o caso de Dª. Adolfina portadora de múltiplas faculdades como: Psicofonia, Clarividente, Clariaudiente e Mediunidade de Cura, existindo ainda no grupo médiuns semi-mecânicos de psicografia, como era o caso do Capitão Ribeiro. Devemos ainda destacar o alto nível de comunicações deste grupo de estudo, que se denominava FÉ E CARIDADE, onde eram habituais as comunicações dos Espíritos, Dr. Eça e Dr. Guerra, que devido ao facto das mensagem conterem informações idóneas e de conteúdo instrutivo decidiu publicá-las em livros, CONSELHOS DO INVISÍVEL, editado em 1921 e RASGANDO AS TREVAS, publicado em 1923, durante vários anos o Centro Espírita de Leiria publicou ainda o Jornal o SOL DO PORVIR, do qual existem ainda alguns exemplares arquivados na Biblioteca da cidade. ENCERRAMENTO – Este grupo funcionou regularmente até que uma noite através de uma comunicação espiritual os seus elementos receberam uma comunicação dando-lhes a conhecer que se iria desenrolar no país uma longa época de silêncio que muita dor traria aos espíritas portugueses. Foram ainda avisados para retirar tudo quanto existia no grupo, pois no dia seguinte iriam ser objecto de uma busca e o grupo iria ser encerrado conforme determinação superior.

Recolhidos todos os documentos foram eles distribuídos por várias pessoas em casa distantes, não tendo sido recuperados até ao presente a não ser uma pequena parcela de algumas actas. No dia seguinte as autoridades dirigiram-se ao Centro espírita de Leiria mas apenas encontraram o mobiliário tendo então lacrado suas portas, que se fecharam para sempre, embora tenha surgido uma nova aurora.

HIATO

Durante longos anos os espíritas Leirienses reuniam-se sigilosamente, ora em casa de um ora em casa de outro, tendo em conta os condicionalismos da época que proibia a reunião de mais de cinco pessoas, para que não fosse considerada subversiva, era assim que as pessoas entravam e saíam a espaços largos para não chamar a atenção e lá iam continuando seus estudos, recebendo as comunicações e até praticando a caridade de forma silenciosa.

Nesse período uma das pessoas que mais se destacou foi Delfim Luís Pires, homem simples mas de uma formação cultural riquíssima e multifacetada que durante essa longa noite jamais se afastou da doutrina do seu coração e em seu lar recebia todos aqueles que o buscavam, qualquer que fosse o problema que os afligia, mas também aqueles que desejosos de conhecer algo sobre a Doutrina Espírita, ou factos paranormais o procuravam para questionar e dialogar, mantendo viva a chama da Doutrina em terras do Lis.

ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA DE LEIRIA

No alvorecer da liberdade, em casa de Delfim Luís Pires já um pequeno grupo de espíritas se reunia há vários anos, habitualmente a estudar a Filosofia da Alma, essas reuniões após o 25 de Abril de 1974 passaram a realizar-se uma vez por semana, aos poucos esse grupo foi crescendo, e ali fomos estando até que este companheiro adoeceu gravemente levando o grupo a tomar um outro direccionamento. Foi então que em 1980 quando esse grupo familiar já tinha cerca de 10 anos de existência que foi sugerida a constituição de um grupo espírita que desse continuidade ao trabalho daquele lutador, que foi sem sombra de dúvida o marco histórico entre o passado e o presente. Iniciaram-se então as diligências para se constituir o grupo, com a elaboração de estatutos, e regulamentos internos, a constituição dos corpos sociais, bem como os procedimentos necessários para que a instituição fosse federada ao movimento espírita Português Durante cerca de um ano foi-se fazendo um mealheiro que possibilitasse o pagamento da escritura e esta concretizou-se a 11 de Setembro de 1981, data em que nascia a ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA DE LEIRIA. Durante algum tempo a seda da Associação manteve-se nas mesmas instalações a título provisório, até que nos foi possível encontrar uma sede, onde assumimos a nova denominação, uma vez que até ali todos referíamos carinhosamente que íamos ao Pai Pires, essa primeira sede autónoma foi na rua Rafael Bordalo Pinheiro, no Bairro dos Anjos, em Leiria, tendo depois passado para a Rua Francisco Ribeiro de Carvalho, nº 9, Cave, também em Leiria, onde permanecemos durante cerca de 20 anos, sendo intimados a mudar de instalações devido ao facto dos condóminos terem feito uma queixa à Câmara Municipal de Leiria, alegando o facto de estarmos instalados num armazém e a Lei Portuguesa o não permitir, por sermos uma instituição de carácter religioso. Assim vimo-nos obrigados a desenvolver esforços para a compra de um terreno, onde pudéssemos construir uma sede que satisfizesse as nossas necessidades e acima de tudo fosse autónomo de vizinhos, e o sonho tornou-se realidade quando no dia 11 de Setembro de 2004 inauguramos as novas instalações situadas na Rua da Cervas, 135 – Barosa – Leiria, quando fazíamos 24 anos de existência jurídica.

Instagram